sábado, 16 de fevereiro de 2013

JOVEM ESCRITOR



Florbela Espanca

"A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente".



     Florbela Espanca (1894-1930) foi uma poetisa portuguesa, autora de sonetos e contos importantes na literatura de Portugal. Sua poesia é conhecida por um estilo peculiar, com forte teor emocional.

    Nasceu na vila Viçosa-Alentejo, como filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo. Porém, foi educada pela madrasta e pelo pai. Estudou no Liceu em Évora e fez curso de Direito na Universidade de Lisboa. Foi casada três vezes, o primeiro deles, com Alberto de Jesus Silva Moutinho, seu colega da escola. Em 1913. Sofreu um aborto espontâneo muito cedo, o que lhe fez ficar doente por um tempo. Mas o que marcaria a sua vida foi a morte precoce de seu irmão, Apeles Espanca, num acidente de avião ocorrido em 1927. O fato colaborou para que Florbela Espanca desenvolvesse problemas mentais e tentasse suicídio um ano após a morte do irmão.

    Sua primeira obra foi publicada quando ainda estudava na faculdade, "Livro de Mágoas" (1919). Fez contatos com poetas em Lisboa e chegou a colaborar no jornal Portugal Feminino e atuar como jornalista na publicação Modas & Bordados e a Voz Pública, um jornal de Évora. Publicou um livro de sonetos, o "Livro de Sóror Saudade" (1923). Os outros livros foram publicados quando a poetisa já tinha morrido: "Charneca em Flor "(1931), "Juvenília" (1931) e "Reliquiae" (1934). Também escreveu contos, com destaque para "O Dominó Preto" (1983), epístolas como "Cartas de Florbela Espanca" (1949) e diversas traduções. Mas era acima de tudo uma poetisa, mestra na escrita de sonetos.

   A poesia de Florbela Espanca é caracterizada por um forte teor confessional. A poetisa não se sentia atraída por causas sociais, preferindo exprimir em seus poemas, os acontecimentos que diziam respeito à sua condição sentimental. Não fez parte de nenhum movimento literário, embora seu estilo lembrasse muito os poetas do romantismo.

    Florbela Espanca morreu em decorrência de suicídio por barbitúricos, em 1930, no dia de seu aniversário, com apenas 36 anos.

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!

Amar só por amar: Aqui... além...

Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…

Amar! Amar! E não amar ninguém!

 

Recordar? Esquecer? Indiferente!...

Prender ou desprender? É mal? É bem?

Quem disser que se pode amar alguém

Durante a vida inteira é porque mente!

 

Há uma Primavera em cada vida:

É preciso cantá-la assim florida,

Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

 

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada

Que seja a minha noite uma alvorada,

Que me saiba perder... Pra me encontrar...



grandesescritores/poesiacopleta.com

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